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Revelações do apocalipse parte 02
Revelações do apocalipse parte 02

As 7 igrejas

Fontes: site apocalipse revelado e programa bíblia fácil Novo Tempo

No primeiro capítulo do apocalipse, é mencionada uma dedicatória as 7 igrejas da Ásia (versos 4 a 8). Nesses versos é destacado Jesus como Fiel testemunha, o primogênito dos mortos e o soberano dos Reis da Terra. Logo após isso é mencionado, no verso 7, o retorno de Jesus.  As cartas as 7 igrejas tem um propósito duplo:

1- Mostrar a condição espiritual das igrejas na Ásia menor, suas fraquezas e a solução para isso.

2- Representa as fases do cristianismo, dividido em 7 partes onde cada uma é simbolizada por uma das 7 igrejas. Onde são mostradas suas respectivas fraquezas e quais as soluções para isso.

1º igreja: Éfeso

Seu período: ano 31 a 100 dC

“Escreve ao anjo da igreja que está em Éfeso: isto diz aquele que tem na sua destra as sete estrelas, que anda no meio dos sete castiçais; Eu sei as tuas obras,... [ ] tens paciência; e trabalhaste pelo meu nome, e não te cansaste. [ ] Tenho, porém, contra ti que deixaste o teu primeiro amor. Lembra-te pois, donde caíste e arrepende-te, e pratica as primeiras obras; quando não tirarei do seu lugar o teu castiçal. [ ] Tens, porém, isto: que aborreces as obras dos nicolaítas, as quais eu também aborreço. Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas: ao que vencer dar-lhe- ei a comer da árvore da vida... ” (Apocalipse 2:1-7).

Éfeso significa ´desejável`. Era a capital da Ásia Menor. Era a metrópole da idolatria. Ali estava o templo da deusa Diana (veja imagem ilustrativa abaixo), uma das Sete Maravilhas do Mundo antigo. A condição espiritual dessa igreja representa a condição da Igreja Cristã durante o período da Pureza Apostólica, um atributo altamente desejável aos olhos de Deus.

 templo

Para cada uma das sete igrejas Jesus declara: ´Eu sei as tuas obras`. Não podes sofrer os maus, e puseste à prova os que dizem ser apóstolos e o não são” (2:2). No final da era apostólica, já as primeiras heresias cristológicas começaram a surgir: 

  • Os Ebionitas negavam a divindade de Jesus.
  • Os Docetistas ensinavam que Jesus tinha somente a aparência humana, mas não era humano.
  • Os Gnósticos negavam tanto a divindade como a humanidade de Jesus. Negavam a realidade da encarnação de Jesus, e promoviam a libertinagem.

“Tenho, porém, contra ti que deixaste o teu primeiro amor” (2:4). 

Numa só geração foi o evangelho levado a toda nação debaixo do céu. Pouco a pouco, porém, ocorreu uma mudança. A igreja perdeu o seu primeiro amor. Ela tornou-se egoísta e amante da comodidade. Foi acalentado o espírito de mundanismo”. (Testemonies, vol 8, 26) Muitos foram seduzidos pelas falsas doutrinas.

“Tens, porém, isto: que aborreces as obras dos nicolaítas, as quais Eu também aborreço” (2:6). Irineu identifica os nicolaítas como uma seita gnóstica. Alguns Pais da Igreja identificam Nicolau, um dos sete diáconos (At 6:5), como o fundador desta seita (SDA Bible Commentary, vol 7, 745)

Os que seguem o nicolaísmo dizem que a única coisa que temos que fazer é crer em Jesus Cristo, e que a fé é toda suficiente: que a justiça de Cristo deve ser a credencial do pecador; que esta justiça imputada cumpre a lei por nós, e que nós não estamos sob a obrigação de obedecer a Lei de Deus. ´Eu estou salvo`eles repetem e repetem. Eles separam Cristo e a Lei, e consideram a fé substituta da obediência.

Os nicolaítas praticavam os pecados de Balaão (2:14-15). Quais eram esses pecados? A Bíblia revela: avareza, hipocrisia, idolatria e imoralidade ( Nm 22-24; 25:1-2; 31:8 e 16; II Pe 2:15; Jd 11). Outra coisa sobre os nicolaítas: eram aqueles que tentaram subjugar e dominar os leigos a fim de governar sobre eles. A igreja de Éfeso condenou tal prática enquanto que a de Pérgamo foi conivente e permitiu a institucionalização do clero. Não é de Deus essa discriminação que exalta o clero como sendo uma classe superior e mais santa do que os leigos.

“Ao que vencer dar-lhe-ei a comer da árvore da vida” (2:7)

A árvore da vida é uma referência ao Jardim do Éden que foi retirado da Terra antes do Dilúvio. À porta do Paraíso, guardada pelos querubins, revelava-se a glória divina. Para ali iam Adão e seus filhos a fim de adorarem a Deus.

Quando a onda de iniqüidade se propagou pelo mundo e a impiedade dos homens determinou sua destruição por meio de um dilúvio de água, a mão que plantara o Éden o retirou da Terra. Quando houver um novo céu e uma nova Terra, o Éden será restabelecido, mais gloriosamente do que no princípio” (PP, 56). E ali estará a árvore da vida para os vencedores

2º Igreja: Esmirna

Seu período: ano 100 a 313 dC

"E ao anjo da igreja que está em Esmirna, escreve: Isto diz o Primeiro e o Último, que foi morto, e reviveu. Eu sei as tuas obras, e tribulação, e pobreza (mas tu és rico), e a blasfêmia dos que se dizem judeus, e não o são, mas são a sinagoga de Satanás. Nada temas das coisas que hás de padecer. Eis que o diabo lançará alguns de vós na prisão, para que sejais tentados; e tereis uma tribulação de dez dias. Sê fiel até a morte, e dar-te-ei a coroa da vida. 11 Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas: O que vencer não receberá o dano da segunda morte" (2:8-11).

O local onde Esmirna foi construída foi escolhido por Lisímaco, um dos quatro generais e sucessores de Alexandre, o Grande. Era um grande centro de adoração a César. A cidade já adorava Roma como um poder espiritual desde 195 a. C., e tinha orgulho por liderar o culto a César. O culto ao imperador tornou-se obrigatório em todo o território dominado pelos romanos. Todos deveriam queimar incenso ao Imperador em algum lugar público

 imperador

 O nome Esmirna vem de uma goma aromática derivada de uma árvore Árabe. Essa goma servia para embalsamar mortos e funcionava também como incenso. Esmirna é sinônimo de sofrimento; vem da palavra mirra, que foi uma das dádivas feitas a Jesus pelos magos do Oriente (Mt 2:11). Mirra tinha que ser esmagada para exalar seu perfume e fragrância, assim também, a Igreja Cristã seria perseguida e esmagada nesse período, porém, exalaria o perfume da lealdade ao Senhor.

Por volta do ano 100 o cristianismo havia sido posto fora da lei e já estava sofrendo a terceira perseguição imperial. Essa onda de perseguição continuou até 313. Sofreu perseguição mais do que qualquer outra igreja da Ásia. O mais famoso dos mártires de Esmirna, foi Policarpo, um discípulo de João e bispo da igreja de Esmirna, que serviu a Jesus por 86 anos. Até hoje Esmirna é chamada pelos Turcos de a `Cidade Infiel`, por ser cristã e resistente ao Islamismo.

"O diabo lançará alguns de vós na prisão... e tereis uma tribulação de dez dias” (2:10)

Historicamente, o período representado por Esmirna pode ser, apropriadamente, chamado de a Era dos Mártires”. Com Diocleciano aconteceu a pior de todas as perseguições durante 10 dias proféticos: 303-313 A. D (1 dia = 1 ano, veja em nossa tabela profética).

“O que vencer não receberá o dano da segunda morte” (Apocalipse 2:11)

A segunda morte é a extinção final do pecado e pecadores (Ap 21:8; Ml 4:1 e 3). Satanás é a raiz, seus filhos os ramos. Estão agora consumidos, raiz e ramos. Morreram morte eterna. Jamais deverão ter ressurreição.

 3º Igreja: Pérgamo

Período: Ano 313 a 538 dC

  "Ao anjo da igreja que está em Pérgamo escreve: Isto diz aquele que tem a espada aguda de dois fios: 13 Conheço as tuas obras, e onde habitas, que é onde está o trono de Satanás; e reténs o meu nome, e não negaste a minha fé, ainda nos dias de Antipas, minha fiel testemunha, o qual foi morto entre vós, onde Satanás habita". Apoc. 2:12-13

"Mas algumas poucas coisas tenho contra ti, porque tens lá os que seguem a doutrina de Balaão, o qual ensinava Balaque a lançar tropeços diante dos filhos de Israel, para que comessem dos sacrifícios da idolatria, e se prostituíssem. 15 Assim tens também os que seguem a doutrina dos nicolaítas, o que eu odeio" Apoc. 2:14-15

"Arrepende-te, pois, quando não em breve virei a ti, e contra eles batalharei com a espada da minha boca. 17 Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas: Ao que vencer darei a comer do maná escondido, e dar-lhe-ei uma pedra branca, e na pedra um novo nome escrito, o qual ninguém conhece senão aquele que o recebe". Apoc. 2:16-17

 Pérgamo foi fundada pelos gregos. Tornou-se mais conhecida a partir do século III a. C. Possuía uma biblioteca que chegou a ter uma coleção de 200.000 manuscritos. Esta biblioteca provocou os ciúmes de Ptolomeu V do Egito, que, com medo de que essa biblioteca sobrepujasse a de Alexandria, proibiu então a exportação do papiro para a Ásia Menor. Pérgamo, então, foi forçada a buscar uma alternativa, e daí surgiram os pergaminhos, os mais belos e finos materiais escritos já conhecidos. O pergaminho é feito de couro extraído da pele de animais novos, tais como bezerros, ovelhas ou cabritos.

A cidade de Pérgamo possuía muitos templos. Seus deuses: Dionísio, o deus boi; Baco, o deus do vinho; Vênus, a deusa do amor; Atena; e o santuário de Demétrio, onde um altar foi encontrado com a inscrição ´ao deus desconhecido`. Os mais famosos são o Altar de Zeus e o templo de Esculápio, deus da cura e da medicina, adorado na forma de uma Serpente, um dos nomes e símbolo de Satanás

 deuses

Pérgamo é conhecida como a cidade em que foi instituído o primeiro culto a um imperador romano vivo; era também a capital mundial do culto ao deus sol. Tornou-se a capital da província romana na Ásia Menor por dois séculos e meio. Ali, os imperadores de Roma, a começar com Júlio e Augusto, tomaram as honras e títulos reais e se consideraram divinos, e nisto foram imitados mais tarde pelos papas.

Per, é uma preposição. Gamos, no grego significa ´união`, ´casamento`. Isto foi exatamente o que aconteceu no período de Pérgamo, o casamento da Igreja Cristã com o mundo. Quando o Cristianismo casou-se com o mundo, deu origem à Grande Babilônia. O período desta igreja começou com o imperador Constantino abraçando a causa da igreja e decretando tolerância religiosa para com todos os cristãos. Acontecia a ´institucionalização da igreja e do clero`; a igreja se estabeleceu não sobre a rocha Eterna, Jesus, mas sob o favor e proteção do estado.

Em Pérgamo estava o próprio ´trono de Satanás`, o quartel general dos balaamitas e dos nicolaítas, dentro da igreja. Houve total tolerância ao erro. Balaão significa “destruição do povo”; Nicolau significa “governar o povo”. A doutrina nicolaíta instituiu as cerimônias e pompa pagãs e judaicas na igreja, misturando-as com os ritos pagãos”. Balaão fez com que o povo de Israel comesse dos sacrifícios da idolatria (Ap 2:14).

A doutrina nicolaíta instituiu as cerimônias e pompa pagãs e judaicas na igreja, misturando-as com os ritos pagãos. Contrariando a Palavra de Deus que afirma que na Nova Aliança, não existe um sistema sacerdotal terrestre, mas unicamente o sacerdócio de Jesus no Santuário do Céu (ITm 2:5; Hb 4:14-16; 8:1-2, 13; 9:11-12) a doutrina nicolaíta instituiu o clero e a sucessão apostólica; uma mistura de paganismo e judaísmo. Os judaizantes de Ap 2:9 e os nicolaítas tinham o mesmo objetivo: implantar um sistema sacerdotal terrestre; destruir o conceito do sacerdócio único e superior de Jesus no Santuário do Céu. Estes são chamados por Deus de a sinagoga de Satanás.

Trono de Satanás, é uma expressão que tem dupla aplicação: Aplica-se à igreja que se tornou a fortaleza dos balaamitas e nicolaítas e aplica-se também à cidade que era a capital mundial do culto ao deus sol. “O centro do culto a Satanás, iniciado na antiga Babilônia, foi transferido para Pérgamo, e posteriormente para Roma. Historicamente a igreja de Pérgamo representa o período do cristianismo de 313 a 538 d. C., período em que a Igreja Cristã deixou de ser perseguida e tornou-se a igreja imperial.

Princípios bíblicos que foram destruídos pelo período de Pérgamo:

1. A divisão dentro do corpo de Cristo, que é a igreja. Como um todo ela foi chamada para ser “a geração eleita, o sacerdócio real, a nação santa, e o povo adquirido... ” (I Pe 2:9). “Não é o clero, mas a igreja que é chamada e revestida de poder para anunciar as novas do evangelho”.

2. A destruição do Sacerdócio de Jesus no Santuário Celestial. “O sacerdócio terrestre é bíblico, porém, temporal. Quando Jesus morreu, Seu sangue ratificou o Novo Concerto, e ao Ele ascender ao Céu foi feito por ordem direta de Deus, Sacerdote Eterno do Verdadeiro Santuário (Hb 8:1-2), do qual o santuário terrestre foi somente uma ilustração válida para o seu tempo, mas que acabou” (Hb 8:13)

Deus não está falando aqui de pessoas e sim de um sistema sacerdotal e hierárquico que assume ares de superioridade e santidade que se opõe a Deus...

Outras práticas e ensinamentos que foram introduzidos na Igreja Cristã entre os séculos IV e VI:

  1. Oração pelos mortos e o sinal da cruz (c.300);
  2. Queima de velas (c.320);
  3. Uso de imagens e veneração de anjos e mortos (375);
  4. A Missa, como uma celebração diária (394);
  5. O início da veneração de Maria e o termo Mãe de Deus foi primeiro aplicado a Maria pelo Concílio de Éfeso (431);
  6. Os sacerdotes começaram a se vestir de maneira diferente dos leigos (500);
  7. Extrema Unção (526);
  8. A doutrina do purgatório foi imposta por Gregório I (593).

4º Igreja: Tiatira

Período: ano 538 a 1517 dC

Tiatira era considerada uma cidade santa, centro de adoração ao deus sol, Tirinos, geralmente representado como um deus metade homem e metade cavalo... Era famosa pelo seu magnificente templo de Artemis, outro nome usado para a deusa Diana. Tiatira significa “Sacrifício de Contrição”.

A profecia introduz clara e objetivamente a fase da Supremacia Papal. O período anterior, Pérgamo (313 – 538), preparou o terreno para o surgimento do “homem do pecado, o filho da perdição, o qual se opõe e se levanta contra tudo o que se chama Deus, ou se adora; de sorte que se assentará como Deus, no templo de Deus, querendo parecer Deus” (II Ts 2:3-4).

Obs: Nos estudos sobre as profecias de Daniel observamos que no capítulo 7 e 8 são mencionados Roma como um Império opressor, perseguidor, querendo para sí, as atribuições divinas. Caso queira ler esse estudo, clique aqui Cabe observar que não é uma crítica aos irmãos católicos, pois como já mencionado neste site, cremos que Deus tem filhos sinceros em todas as igrejas, e claro, na igreja Católica. O que está sendo abordado aqui é o estudo profético, onde Deus revela ao profeta João que esse sistema religioso, Roma, iria se opor a Deus e pregar doutrinas errôneas!

A importância dos 1260 anos de perseguição aos ´santos do Altíssimo` (Daniel 7:25; Apocalipse 12:6), veja mais aqui.  sugere que o ano 1798 poderia ser muito bem escolhido como sendo o final do período de Tiatira, mas, em vista da importância da Reforma Protestante em quebrar o domínio papal, a data 1517 seria mais adequada para situar o final do período de Tiatira ... ano em que Martinho Lutero pregou as 95 teses na porta da igreja de Wittemberg. (W. M. Ramsay, Lição da Escola Sabatina, 2º trimestre, 1974, 21).

Em 533 o Imperador Justiniano promulgou um decreto reconhecendo a absoluta liderança do bispo de Roma, João II (533- 535)... O decreto ganhou plena validade quando os Ostrogodos, última das três tribos arianas, foram derrotados em 538. As outras tribos foram: Hérulos e Vândalos. Clique aqui para saber mais.

Com a erradicação dos arianos Ostrogodos no ano de 538 d.C. “o Papa emergiu como a mais importante pessoa individual no Ocidente, o líder de uma organização religiosa adequadamente organizada, detentora de um credo definido e com vasto potencial para influência política.” Uma Nova Era Segundo as Profecias de Daniel (1ª edição) pág.130 – C.M.Maxwell

“Eu conheço as tuas obras e o teu amor, e o teu serviço, e a tua fé, e a tua paciência, e que as tuas últimas obras são mais do que as primeiras” (Ap 2:19).

Tiatira experimentou, por um lado, muita escuridão, muita apostasia; mas, por outro, também vivenciou muita luz, e embora ali se tenham registrado alguns dos fatos mais infames já executados em nome da religião, também se presenciaram alguns dos maiores feitos de homens cheios do amor e do Espírito de Deus. Foram os dias dos Valdenses e dos Albigenses, de Wycliffe e Huss, Jerônimo e Lutero. Nunca houve tanto para ser louvado; nunca houve tanto para ser condenado.

“Mas tenho contra ti que toleras Jezabel, mulher que se diz profetisa, ensinar e enganar os meus servos, para que se prostituam e comam dos sacrifícios da idolatria” (Ap 2:20).

Quem era Jezabel? Era “filha de Etbaal, rei dos Sidônios” (I Re 16:31), e sumo sacerdote de Baal... veio da casa de Baal para a casa de Deus. Pagã de coração, tornou-se rainha do povo de Israel. Como rainha fez todos os esforços para seduzir os adoradores de Deus e estabelecer o culto a Baal. Os profetas de Deus foram mortos a espada, e pelo espaço de “três anos e meio”, não choveu. A terra foi tomada pela fome. (Tiago 5:17) No período de Pérgamo efetivou-se o casamento do cristianismo com o paganismo, e deste jugo desigual, nasceu o “filho da perdição, o homem do pecado” (II Ts 2:8). Jezabel admitida no seio da igreja e ensinando o povo de Deus, representa Roma Papal dominando e instruindo o povo de Deus durante a Idade Média...

O período em que a meretriz Jezabel estivera assentada no trono, corresponde ao período em que a igreja de Deus teve que fugir para o deserto: “E a mulher fugiu para o deserto, onde já tinha lugar preparado por Deus, para que ali fosse alimentada durante mil duzentos e sessenta dias” (Ap 12:6; Dn 7:25).

Por três anos e meio proféticos, ou 1260 anos (538 – 1798), a verdade esteve eclipsada enquanto que na Terra havia fome espiritual... “O acesso da Igreja de Roma ao poder assinalou o início da escura Idade Média.

Neste mundo os ímpios mantem o poder mas não no Céu. As nações serão entregues a Cristo. Associados a Cristo em sua obra de poder e julgamento estarão os Seus santos (Ap 3:21). Esse julgamento acontecerá durante o Milênio (Ap 20:4; I Co 6:2-3). Ao final dos mil anos todos os santos partilharão com Cristo a execução da sentença dos ímpios (Sl 149:9). A promessa final é que todos os santos receberão a ´estrela da manhã`, esse é o próprio Jesus. “Eu, Jesus, enviei o meu anjo para vos testificar estas coisas nas igrejas: Eu sou a raiz e a geração de Davi, a resplandecente estrela da manhã” (Ap 22:16).

5º Igreja: Sardes

Período: ano 1517 a 1798 dC

A cidade de Sardes nos dias de João ainda estava em processo de reconstrução, após ter sido destruída por um terremoto no ano 17 d. C. Quando João escreveu esta carta, Sardes parecia ser uma cidade cuja glória passara... No ano 200 chegou a ter uma população de 100.000 habitantes. Cibele, uma deusa anatólia, era a deidade protetora da cidade. Seu culto era semelhante ao de Diana dos efésios. Sardes significa “Cântico de alegria”. A igreja de Sardes representa a história do cristianismo no período de transição entre a verdadeira reforma e o protestantismo. Geralmente o ano 1517 é considerado o início da Reforma, mas na realidade, 1517 marcou o seu clímax com a atuação de Lutero. Depois da sua morte, o movimento perdeu muito da sua vitalidade.

“Os que lideraram a Reforma eram homens de vigorosa consagração, como Lutero e Knox. Seus sucessores, porém, acomodaram-se em religiões do Estado, organizadas, mas sustentadas pelo erário público. Autosuficientes e satisfeitas com conquistas passadas, essas pessoas deixaram de sentir as necessidades do grande mundo pagão”. (Roy Allan Anderson, O Apocalipse Revelado, 43-45.

Vários fatores indicam que o ano de 1798 é a data ideal para o término do período de Sardes, quando o papa foi preso, e a Bíblia começou a ser divulgada mundialmente através das Sociedades Bíblicas, provocando o maior despertamento espiritual já visto no protestantismo. Em 1804 surgiu a primeira Sociedade Bíblica na Inglaterra, e em 1816 a segunda, a Americana, e depois muitas outras, despertando o mundo para as Missões Estrangeiras. Em 1798 findou também a supremacia papal de 1260 anos e teve início o Tempo do Fim. Portanto o período de Sardes deve ser considerado de 1517 a 1798. A igreja de Sardes é a igreja de transição entre o Movimento da Reforma e o protestantismo. No período de Tiatira tivemos os Valdenses, os Lolardos, seguidores de Wycliffe, a Igreja dos Irmãos na Boêmia e Morávia, João Huss, Jerônimo e Lutero. Em 1530, com a formação do primeiro credo protestante, a Reforma entrou em declínio e surgiu uma nova era chamada protestantismo, caracterizada pelas Igrejas Nacionais, que recebiam sua força não de Deus, mas dos governos.

Sardes deveria estar viva e fervorosa, mas estava morta; então veio a mensagem: “Tens nome de que vives, e estás morto” (Ap 3:1). A igreja neste período tinha um bom nome e uma boa reputação. O nome “protestante” indicava oposição aos abusos, aos erros e ao formalismo da Igreja Católica; indicava que nenhum desses erros seriam encontrados entre os protestantes, porém, isso foi verdade somente entre os arautos da Reforma, e perdurou enquanto Lutero ainda vivia...As igrejas protestantes afastaram-se dos princípios enunciados por seus fundadores. O princípio dos reformadores dizia: “A Bíbia e a Bíblia só, deve ser a nossa única regra de fé”.

Um outro fator que contribuiu muito para aumentar nas igrejas protestantes o espírito de apatia para com as coisas espirituais foi o surgimento do Racionalismo (que nosso conhecimento vem da razão) nos séculos XVII e XVIII. Sob o impacto das descobertas científicas, muitos estudiosos passaram a crer que as leis naturais eram suficientes para explicar as obras do Universo... (SDA Bible Commentary, vol. 7, 756)

Ao final do período de Sardes ocorreria a Revolução Francesa (1789 – 1799), que entre as muitas razões que lhe deram causa, estava o descontentamento geral contra a nobreza e o clero.

E Sardes estava morta, perdera o Espírito de Deus, Seu poder, e perdera também a sua mensagem. Sardes permanecia como uma simples casca, sem nenhum conteúdo. “Nenhuma quantidade de experiência passada será suficiente para o momento, nem nos fortalecerá para vencermos as dificuldades que estiverem em nosso caminho. Precisamos ter novo suprimento de graça e de força cada dia, a fim de sermos vitoriosos”.

O remanescente de Deus sempre existiu, em todas as eras... Nunca houve um período tão escuro em que Deus não tivesse Suas estrelas. No período de Sardes, Deus tinha ´alguns que não contaminaram seus vestidos` (Ap 3:4): os reformadores Martinho Lutero, Ulrich Zwinglio, João Calvino, o puritano João Bunyan, os pietistas Philipp Epenner, August Hermann Francke e o Conde Zinzerdorf, e os metodistas João Wesley e Whitefield.

 

6º Igreja: Filadélfia

Filadélfia ficava a 120 km de Esmirna, em uma região vulcânica sujeita a frequentes terremotos...É chamada de “a pequena Atenas” por seus muitos templos.... Era a mais nova das sete cidades mencionadas nas sete cartas... Tornou-se uma importante e rica cidade com suntuosos templos. Esta cidade ainda existe sob o nome de Allah Sher, que significa “Cidade de Deus” .

Filadélfia significa “Amor Fraternal”, e o período foi caracterizado por um profundo e intenso amor às almas pelas quais Jesus morreu. A igreja de Filadélfia representa o período histórico do cristianismo entre os anos 1798 a 1844.

O cristianismo parece ter sido introduzido em Filadélfia na era apostólica pelo fato de uma das cartas de João ser endereçada à igreja dessa cidade... Em tempos posteriores Filadélfia tornou-se sede de um bispo, e no século XIII era o centro cristão da Lídia, sendo a residência e um arcebispo. (Edward Gibbon, The Decline and Fall of the Roman Empire, vol. 4, 381)

“E ao anjo da igreja que está em Filadélfia escreve: isto diz o que é santo, o que é verdadeiro, o que tem a chave de Davi; o que abre, e ninguém fecha e fecha e ninguém abre. Eu sei as tuas obras; eis que diante de ti pus uma porta aberta, e ninguém a pode fechar; tendo pouca força, guardaste a minha Palavra, e não negaste o meu nome”. (Ap 3:7-8).

Foi um sermão pregado por Guilherme Carey em Nothingham, na Inglaterra, no dia 31 de maio de 1792, que impeliu a centelha cujo destino era incendiar os corações dos cristãos em todas as igrejas e países. Carey era um simples sapateiro que se tornou o Pai das Missões Modernas. Chegando à Índia (1793) abriu ali uma escola que hoje é uma Universidade. Desta escola ele enviava seus pregadores. Ali Carey permaneceu por toda a vida sem nunca tirar férias. Com seus auxiliares traduziu a Bíblia em 35 diferentes idiomas da Índia. Em 1807 Robert Morrison partiu para a China, e dez anos mais tarde Robert Moffat seguia para a África e a seguir Davi Livingstone.

Um breve resumo das atividades missionárias que irromperam das forças da Cristandade em seguida ao momentoso sermão de Carey de 1792, dá-nos uma ideia do poder missionário que cobre o período de Filadélfia. Desde então as Sociedades Bíblicas se encarregaram de espalhar a Palavra de Deus no mundo todo.

1792 – Panfleto de Carey sobre as obrigações dos cristãos quanto às missões. 1792 – Organização da Sociedade Missionária Batista.

1793 – Guilherme Carey navega para a Índia.

1793 – Fundação da Sociedade Escocesa de Colportagem e Tratados.

1797 – Organização da Sociedade Missionária dos Países Baixos.

1804 – Organização da Sociedade Bíblica Britânica e Estrangeira. 1816 – Organização da Sociedade Bíblica Americana.

 1816 – Organização da Sociedade Bíblica Americana.

1817 – Robert Moffat embarca para a África 1820 – Hiram Bingham embarca para o Havaí 1829 – Alexandre Duff embarca para a Índia

1836 – Marcos Whitman parte como missionário aos Índios de Oregon

1840 – Davi Livingstone inicia o seu trabalho na África 1844 – João Ludgig Krapf parte para a África Oriental

Em 1784 existiam somente 20 postos missionários protestantes no mundo, e a metade deles estava nas mãos dos irmãos Morávios. Porém depois do sermão de Guilherme Carey (1792) os olhos dos protestantes se abriram para as Missões Estrangeiras. Em diferentes partes do mundo, homens começaram a examinar a Palavra de Deus, e chegaram à conclusão de que o fim estava perto. É digno destacar essas datas:

1) 1812 – Publicação do livro de Lacunza, A Segunda Vinda do Messias em Glória e Majestade.

2) 1821 – José Wolff inicia a proclamação da breve Vinda de Jesus ao redor do mundo.

3) 1823 – Publicação de Edward Irving: O Juízo Vindouro.

4) 1831 – Publicação de Edward Irving: Exposição do Livro de Apocalipse

5) 1831 – Guilherme Miller começa a pregar a mensagem do advento.

Obs: Como observado, foi nesse período que a palavra de Deus se expandiu pelo mundo em uma velocidade nunca vista antes. Esse período estava preparando o mundo para o período do Juízo e para a volta de Jesus, que foi mais detalhadamente descortinada na 7º carta, que será estudada adiante.

7º igreja: Laodicéia (1844 até a volta de Jesus)

Os laodiceanos eram pessoas que depositavam sua confiança na prosperidade material, na ostentação e na saúde física... Em virtude de sua riqueza, os cidadãos eram orgulhosos, arrogantes e satisfeitos consigo mesmos... Laodiceia significa “povo do juízo” ou “povo julgado”... “O período da sétima igreja é em si mesmo o tempo do juízo” (Revelações do Apocalipse, cita o autor à pág. 156)

Numerosos concílios foram realizados em Laodiceia, entre eles o importante concílio de 364 d. C., no qual havia 32 bispos presentes. Neste concílio foi confirmada pela igreja a lei dominical feita por Constantino em 321. A profecia de Daniel 8:14 “Até duas mil e trezentas tardes e manhãs e o Santuário será purificado”, aponta para o maior período profético de 457 a. C. a 1844 d. C., quando iniciou realmente o Juízo Celestial no lugar Santíssimo do Céu. Lembre que estamos vivendo em tempo de Juízo. Obs: Esse assunto relativo as 2300 tardes e manhãs do livro de Daniel encontra-se aqui pode acessar caso queira mais informações.

2300

“Eu sei as tuas obras que nem és frio nem quente: és morno” (Apocalipse 3:15-16). Para morno a palavra grega traz a ideia de efeito nauseante... Essa mensagem aplica-se especificamente aos cristãos que vivem sobre a Terra exatamente no período do juízo pré-advento, de 1844 até a volta de Jesus.

O frio que o Mestre prefere em lugar da mornidão é de um pagão que nunca sentiu o toque de uma vida espiritual. ”A única esperança para os laodiceanos é uma clara visão de sua condição diante de Deus, o conhecimento da natureza de sua enfermidade. Nem frios... Nem quentes, ocupam uma posição neutra e ao mesmo tempo lisonjeiam-se de não necessitar de coisa alguma.”

“Como dizes: Rico sou, e estou enriquecido, e de nada tenho falta; e não sabes que és um desgraçado, e miserável, e pobre, e cego, e nu” (Apocalipse 3:17). Poderiam quaisquer palavras serem mais descritivas de nossa época do que estas? “Carecemos ... de humildade, paciência, fé, amor e abnegação, vigilância e espírito de sacrifício bíblicos... O pecado domina entre o povo de Deus. A positiva mensagem de repreensão aos laodiceanos, não é acatada... Faltam-lhes quase todos os requisitos necessários ao aperfeiçoamento do caráter cristão” (Testemunhos Seletos, vol. I, 327-328).

“Aconselho-te que de mim compres ouro provado no fogo, para que te enriqueças; e vestidos brancos, para que te vistas, e não apareça a vergonha da tua nudez; e que unjas os teus olhos com colírio, para que vejas” (Ap 3:18). Os três principais ramos de negócios de Laodiceia eram: A cidade possuía um sistema bancário para toda a região. Dizia: temos ouro, não precisamos de mais nada. “O ouro provado no fogo é a fé que opera por amor”. (Parábolas de Jesus, 158).

O segundo ramo comercial de Laodiceia era o mercado de lã preta. Jesus, porém, diz: Vocês estão nus. “Os vestidos brancos são a pureza de caráter, a justiça de Cristo comunicada ao pecador”. (Testemunhos Seletos, vol I, 477, 478). A terceira atividade comercial era a fabricação de um colírio medicinal para os olhos; mas os laodiceanos eram cegos. O colírio espiritual oferecido por Jesus é o Espírito Santo que nos habilita a distinguir entre o mau e o bem. A maior necessidade do povo de Deus hoje é o batismo diário do Espírito Santo.

“Eu repreendo e castigo a todos quantos amo; sê pois zeloso, e arrepende-te” (Apocalipse 3:19). O objetivo da mensagem a Laodiceia não é causar desespero, desesperança, desânimo ou frustração; o objetivo também não é condenar, mas salvar. É uma mensagem de reprovação, sim, mas para trazer a igreja ao lugar em que se arrependa e se salve.A mensagem de Laodiceia “Está destinada a despertar o povo de Deus, descobrir-lhe a apostasia, e levar a um zeloso arrependimento, para que possa ser agraciado com a presença de Jesus, e estar preparado para o alto clamor do terceiro anjo”. (Testemonies for the Church, vol. I, 186).

“Eis que estou à porta e bato; se alguém ouvir a minha voz, e abrir a porta, entrarei em sua casa, e com ele cearei, e ele comigo”. (Apocalipse 3:20)

 

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