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Por milênios, o dinheiro tem desempenhado um papel crucial no desenvolvimento e na evolução das sociedades humanas. Desde tempos imemoriais, antes mesmo do surgimento do dinheiro como o conhecemos hoje, civilizações antigas já estabeleciam sistemas de troca para facilitar o comércio. Produtos essenciais como sal, alimentos e até animais serviam como moeda de troca, demonstrando a intrínseca necessidade humana de estabelecer um valor de troca para os bens.
No contexto contemporâneo, especialmente em uma era marcada pelo consumismo e uma dependência profunda do dinheiro, este último se tornou um elemento central nas dinâmicas sociais e econômicas. O dinheiro influencia quase todos os aspectos de nossas vidas. Precisamos dele para atividades diárias como utilizar o transporte público para ir ao trabalho, fazer compras no supermercado, pagar impostos e muitas outras necessidades. Em todo lugar, sua presença é palpável, reafirmando sua importância.
Entretanto, surge uma reflexão importante sobre a natureza e o impacto do dinheiro sob uma perspectiva moral e espiritual. O que a Bíblia realmente diz sobre o dinheiro e as riquezas? É moralmente questionável aspirar à riqueza? Este estudo busca explorar as diretrizes bíblicas sobre a acumulação e o uso do dinheiro, visando entender melhor as orientações espirituais relacionadas à prosperidade material e seu impacto na vida espiritual do indivíduo.
.A riqueza não pode estar em primeiro lugar
Em várias passagens encontramos a bíblia falando sobre riqueza. Em Marcos 4:19 notamos que a riqueza e a fascinação do mundo pode sufocar a palavra de Deus. Esse texto está dentro do contexto da parábola do semeador, que nós devemos semear em local fértil e não na pedra. Pois quem semear em terra boa será frutificado, todavia aquele que investe seu esforço, tempo e talentos apenas com as coisas do mundo, certamente fará com que a palavra de Deus seja sufocada em sua vida.
Quando dedicamos mais atenção e tempo às riquezas e com a ambição de acumular cada vez mais, deixando a família e as coisas de Deus em segundo plano, estamos fazendo dessa riqueza um ídolo em nossa vida, ou seja, estamos quebrando o 2º mandamento que diz que não devemos ter nenhum ídolo em nossas vidas. Por outro lado muitos podem argumentar que trabalharam muito para ter seu patrimônio, que tudo foi obtido de forma honesta, etc. Bem, esse não é o problemas. O fato de você ter conquistado de forma honesta seus bens, não é constitui pecado nenhum pois a própria bíblia relata vários personagens que eram prósperos financeiramente como Abraão, o Rei Davi, Salomão, etc...O problema passa a existir a partir do momento em que a pessoa, escrava de suas ambição, não usa parte da riqueza para fazer o bem, ajudando os necessitados, pelo contrário, só pensa em acumular mais e mais...A partir desse ponto comete-se a idolatria, que de acordo com a bíblia é abominação a Deus. Não pense você meu irmão que idolatria refere-se apenas a imagens de santos, na realidade qualquer sentimento de posse de forma exagerada por alguma coisa, objeto ou alguém, é considerada idolatria. A bíblia considera o amor ao dinheiro como a raiz de todos os males ( I Timóteo 6:10)
Jesus quando esteve na terra em seu ministério, foi um homem de hábitos simples, foi humilde e nunca se apegou aos bens materiais. Sabemos que Jesus através de sua palavra nos ensina que devemos também ajudar os carentes, incluindo ajuda em dinheiro. Jesus sempre focou no reino de Deus e nunca no Reino dos Homens, o evangelho ensinado por Jesus é um evangelho de amor, um evangelho de salvação e não um evangelho de prosperidade financeira.
Buscai primeiro o reino de Deus
Cabe lembrar que em nenhum momento a bíblia e contra o dinheiro em si, pois a própria obra de pregação precisa de dinheiro, através dos dízimos e ofertas (Malaquias 3:10), Porém, uma situação cada vez comum no meio cristão é igrejas pregando dia após dia a prosperidade financeira, fazendo com que multidões se unam a essas igrejas buscando a prosperidade financeira. Nós devemos buscar a igreja para sermos salvos através de Cristo ou seja, para buscar o Reino de Deus, depois como conseqüências, todas as coisas nos serão acrescentadas (Mateus 6:33), incluindo o dinheiro, é dessa forma e não ao contrário.
Muitas igrejas, infelizmente, apelam de forma exagerada nessa questão financeira e vendem a seus fiéis a ideia de que se você não prospera financeiramente é porque sua fé não é suficiente, que você não está buscando a Deus, que você necessita de uma oferta de sacrifício, etc.. Não é dessa forma que Deus trabalha. Devemos ter em mente que o conceito de prosperidade para Deus é outro e não esse conceito que muitos pregam:
O dízimo ainda é válido no novo testamento? (fonte: na mira da verdade)
Segue abaixo um questionamento a respeito do dizimo, e na sequencia a resposta. É um texto muito importante, leia:
Senhores: No dia 25/03/2009, no programa Na Mira da Verdade, houve uma pergunta sobre o dízimo e eu gostaria de fazer algumas considerações sobre o assunto. Eu esquadrinhei a Bíblia e não consegui encontrar qualquer referencia sobre dízimo mensal, em dinheiro. Pelo contrário: em Deuteronômio 14: 22 a 29 fica bem claro que o dízimo nunca poderia ser em dinheiro. Por que Jesus Cristo não deu o dízimo? Por que não aconselhou que se desse o dízimo? Por que a viúva pobre deu uma oferta de tudo o que tinha e não o dízimo? Por que Paulo pedia oferta e não dízimo? Onde está escrito na Bíblia que o dízimo é para evangelizar? A Bíblia, a meu ver, não deixa dúvidas: o dízimo era ofertado simbolicamente a Deus e na prática era entregue aos levitas, para seu sustento. Em algum momento Deus mudou esta ordenança? Deus, por acaso, disse: “Quando não houver mais levitas o dízimo deverá ser dado à igreja mensalmente e em dinheiro”? A passagem bíblica favorita das igrejas em geral é a que está no livro de Malaquias, só que lá não se fala em dinheiro e sim em dízimo. Quando Jesus Cristo criticou os fariseus porque davam o dízimo e não faziam nada pelo próximo, Ele disse que os fariseus davam dízimo do quê? São estas as minhas considerações. Para mim, a Bíblia é simples, clara e verdadeira. J. V., por e-mail.
Resposta:
Olá, J.V,
Obrigado por acompanhar o programa “Na Mira da Verdade”. Hoje (quarta-feira) voltaremos ao ar – ao vivo – às 9h da noite. Espero contar com sua companhia!
Farei algumas observações sobre o seu e-mail com o objetivo de lhe ajudar a se aprofundar ainda mais no conhecimento da Palavra de Deus:
1) Deuteronômio 14:22-29 (entre outros textos) não está discutindo se o dízimo deveria ou não ser dado em dinheiro, mas que deveria ser devolvido. O dinheiro não é mencionado no texto porque há mais de 3000 anos atrás não havia o dinheiro como o conhecemos hoje. A “moeda” deles eram os produtos agrícolas! É importante analisar esse contexto histórico do verso para não corrermos o risco de interpretarmos o texto de maneira equivocada.
2) Jesus aconselhou sim a dar-se o dízimo em Mateus 23:23:
“Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas, porque dais o dízimo da hortelã, do endro e do cominho e tendes negligenciado os preceitos mais importantes da Lei: a justiça, a misericórdia e a fé; devíeis, porém, fazer estas coisas [não negligenciar a justiça, a misericórdia e a fé], sem omitir aquelas [o dízimo!]!”
E, se Ele aprovou a prática de dizimar; e se disse em João 13:15 que devemos seguir o exemplo dEle, não resta dúvidas de que dizimou. Caso Jesus não tivesse dizimado, seria um pecador, pois, na Bíblia, negar o que é de Deus é roubo (Malaquias 3:8,9). E, se fosse um ladrão, Cristo não poderia ser nosso perfeito Salvador (até mesmo porque ladrões não irão para o Céu – 1 Coríntios 6:9, 10; Apocalipse 22:15).
3) Cristo também demonstrou não ser contra o uso do dinheiro no ato de dizimar no seguinte texto: “Eles chegaram e disseram: —Mestre, sabemos que o senhor é honesto e não se importa com a opinião dos outros. O senhor não julga pela aparência, mas ensina a verdade sobre a maneira de viver que Deus exige. Diga: é ou não é contra a nossa Lei pagar impostos ao Imperador romano? Devemos pagar ou não? Mas Jesus percebeu a malícia deles e respondeu: —Por que é que vocês estão procurando uma prova contra mim? Tragam uma moeda para eu ver. Eles trouxeram, e ele perguntou: —De quem são o nome e a cara que estão gravados nesta moeda? Eles responderam: —São do Imperador. Então Jesus disse: —Dêem ao Imperador o que é do Imperador e dêem a Deus o que é de Deus. E eles ficaram admirados com Jesus.” Marcos 12:14-17 (Nova Tradução Na Linguagem de Hoje),
4) O texto de Lucas 21:1-4 não faz referência ao dízimos, mas, às ofertas. E o objetivo é ensinar que o mais importante não é a quantidade das ofertas, mas o que é dado de coração. Todavia, as ofertas não excluem o sistema de dízimos que fazem parte da adoração a Deus. Veja que em Malaquias 3:8, 9, a pessoa é chamada por Deus de “ladrão” não apenas quando deixar de dar ofertas, mas também de dizimar! “Roubará o homem a Deus? Todavia, vós me roubais e dizeis: Em que te roubamos? Nos dízimos E nas ofertas. Com maldição sois amaldiçoados, porque a mim me roubais, vós, a nação toda.”
Não é dito no texto que mencionou que a viúva não era dizimista. Mesmo porque isso era prática comum entre os judeus (um judeu não dizimar era um absurdo. Por isso, Paulo faz mais menções às ofertas, pois, o ato de devolver o dízimo não era o tipo de problema que ele enfrentava com as igrejas), assim como a guarda do Sábado.
5) Realmente, os dízimos foram dados para o sustento dos levitas (Números 18:24). Mas, no Novo Testamento, Paulo mesmo disse (fazendo menção aos que cuidam do templo – os levitas) que os que pregam o evangelho devem viver do evangelho (independente do tipo de moeda que circule):
“Não sabeis vós que os que prestam serviços sagrados do próprio templo se alimentam? E quem serve ao altar do altar tira o seu sustento? Assim ordenou também o Senhor aos que pregam o evangelho que vivam do evangelho” 1 Coríntios 9:13-14.
É bastante claro que aqui Paulo trata do sistema de dízimos, pois, menciona o trabalho dos levitas (que você mesmo reconhece ser mantido pelos dízimos) para ilustrar e ensinar que os que pregavam o evangelho nos dias dele também deveriam ser mantidos pelo dízimo! E, nos dias de Paulo, além de produtos agrícolas, já havia dinheiro em circulação (e nem todos viviam mais da agricultura apenas). E hoje, como uma pessoa que prega o evangelho irá viver somente com produtos agrícolas na nossa sociedade capitalista? A moeda é outra, e, portanto, devemos dizimar com o tipo de dinheiro que temos disponível.
Creio que sua dificuldade maior em aceitar os dízimos possa ocorrer por causa dos conceitos errados ensinados pela Teologia da Prosperidade. E você não tem culpa disso.
Por isso, ore a Deus e Ele iluminará sua mente para que entenda a beleza envolvida no ato de dizimar. Não dizimamos para “barganhar” com Deus, mas, em gratidão por tudo o que Ele nos deu (Deuteronômio 8:17, 18) e em reconhecimento de que Ele é o dono de tudo – inclusive do nosso dinheiro (Salmo 24:1; Ageu 2:8). Isso é adoração e ser um administrador dos bens que o Senhor nos deu (Lucas 12:42).
Sou dizimista (não com produtos agrícolas, pois, não trabalho com eles) e muito abençoado por Deus. Essa experiência particular que cada dizimista tem é a maior prova (e um argumento irrefutável) de que o sistema de dízimos (praticado com sinceridade de coração e da maneira correta) é apoiado por Deus.
Valendo-se da credulidade do povo menos esclarecido, muitos pregadores populistas condicionam a satisfação de necessidades básicas de uma pessoa ao montante de donativos financeiros por ela entregue aos cofres da igreja. As “curas” das enfermidades e os “milagres” para melhorar a qualidade de vida são propagados como decorrentes de tais donativos. Apelos públicos acabam manipulando os doadores com perguntas como: “Você prefere uma bênção de apenas 50 reais ou uma de 500 reais? Mas por que você não reivindica de Deus, com fé, uma bênção equivalente a 5.000 reais?”
Além disso, os “testemunhos” exibicionistas veiculados nos meios de comunicação, como propaganda das “bênçãos” que podem ser alcançadas em determinadas denominações cristãs, são claramente reprovados por Cristo no relato da oferta da viúva pobre (ver Mc 12:41-44; Lc 21:1-4) e na parábola do fariseu e do publicano (ver Lc 18:9-14). Em Mateus 6:2-4, Cristo adverte: “Quando, pois, deres esmola, não toques trombeta diante de ti, como fazem os hipócritas, nas sinagogas e nas ruas, para serem glorificados pelos homens. Em verdade vos digo que eles já receberam a recompensa. Tu, porém, ao dares a esmola, ignore a tua mão esquerda o que faz a tua mão direita; para que a tua esmola fique em secreto; e teu Pai, que vê em secreto, te recompensará”.
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A verdadeira prosperidade
A verdadeira prosperidade transcende a mera acumulação de riquezas materiais; é um estado de contentamento e dignidade onde, independentemente de um salário alto ou uma residência luxuosa, você mantém a cabeça erguida. Estar livre de dívidas, ter o nome respeitado na comunidade, manter a casa organizada e as contas em dia são sinais dessa prosperidade. Na visão divina, conforme nos ensina a fé, prosperidade não é sinônimo de riqueza material.
Certamente, ser rico não é algo condenável por si só, e a Bíblia nos apresenta muitos exemplos de figuras abençoadas com riquezas, como Jó, o Rei Davi e Abraão. No entanto, a verdadeira questão surge quando se impõe a ideia de que a autenticidade de um cristão é medida pela prosperidade financeira ou pela ausência de adversidades. Tal concepção é não apenas falsa, mas também perigosa.
As Escrituras nos alertam sobre a importância de valorizar o caráter e a integridade acima do materialismo, como destacado em Provérbios 22:1, que salienta a valorização do bom nome em detrimento das riquezas. O dinheiro em si não é o problema; o verdadeiro desafio, conforme nos orienta a palavra de Deus, surge quando o dinheiro é obtido de maneira ilícita, usado para propósitos iníquos ou colocado como prioridade máxima na vida de uma pessoa.
É fundamental recordar que nosso maior mestre, Jesus Cristo, viveu com humildade, sempre colocando Deus em primeiro lugar e nunca o dinheiro. Ele nunca ensinou que deveríamos buscar riquezas materiais na igreja, mas sim uma riqueza espiritual que nos redime e guia ao reino dos céus. Essa é a verdadeira prosperidade que devemos aspirar—a que enriquece a alma e ilumina nosso caminho espiritual. Lembre-se desses princípios, pois eles são a chave para uma vida verdadeiramente próspera e abençoada.